8 de dez. de 2020

CCXP Worlds: Diretor de Gotham Knights explica decisão de matar Batman

 

Anunciado em agosto durante a DC FanDomeGotham Knights é um jogo do Batman que conta com um diferencial: Batman está morto.

(Pelo menos, até onde sabemos)

Com a morte do Homem-Morcego, a defesa de Gotham City contra criminosos e supervilões no novo título da WB Games Montreal fica a cargo de membros da Batfamília que devem se estabelecer como herdeiros dignos do Cavaleiro das Trevas.

Para Patrick Redding, diretor criativo do game, este caminho diferente é uma grande oportunidade de criar algo diferente para o público.

“É uma forma excelente de começar as coisas”, comenta Redding em entrevista com site The Enemy na CCXP Worlds“Você mata o Batman e gera questões enormes na cabeça das pessoas, e se reflete até no próprio mundo.”

“Gotham City está sob a proteção do Batman por volta de 15 anos, ele é definitivamente um veterano na luta contra o crime e deixou sua marca na cidade”, continua. “Ele criou a sua galeria de vilões, tem muitos inimigos, muitas pessoas que adorariam uma oportunidade de derrubá-lo, e com a morte dele - e você tem a experiência das circunstâncias de sua morte logo no início do jogo - fica bem claro que Gotham City está prestes a entrar em um novo status quo.”

Isso, para o diretor, cria um conflito interessante para os quatro protagonistas, tendo que lidar com a morte de seu mentor enquanto protegem a cidade que ele tanto amava.

"Você tem este incrível legado de 70, 80 anos de seus sidekicks e aliados e pessoas que se aglomeraram ao redor do Batman como combatentes do crime”, diz o diretor. “E muitos deles se graduaram da escola do Batman de combate ao crime, por isso há um DNA compartilhado, mas eles também têm seus próprios estilos e filosofias, seus próprios passados… Eles não são todos bilionários”, brinca.

“Para mim, ao ver isso, eu vejo uma oportunidade de um jogo. Eu quero me colocar no papel de um personagem que não é necessariamente perfeito, eles não são um parágono, ou um bilionário ninja cientista capaz de falar todos os idiomas e voar uma espaçonave. Eles são alguém que está lutando e se esforçando para sobreviver, encontrar os recursos que precisam, e talvez ficar do lado certo da polícia e não assustar a população - este é um excelente ponto inicial."

Quarteto fantástico


Gotham Knights é focado em quatro heróis: BatgirlAsa NoturnaCapuz Vermelho e Robin.

Redding explicou as diferenças de cada um deles, e como seus passados - compartilhados ou não com sua versão nos quadrinhos - dita seu estilo de combate.

Barbara Gordon, por exemplo, passou um período de sua vida como a Oráculo após perder a mobilidade de suas pernas, se reinventando como uma fonte de informações importante até conseguir - por meio de cirurgias e terapias de reabilitação - voltar a vestir o capuz da Batgirl.

“Por isso, além de ser uma lutadora de rua incansável - especialmente ao se focar em um inimigo por vez - ela tem acesso a habilidades de hacker e tecnologia como multiplicadores de seu poder.”

O Asa Noturna, pela natureza circense de Dick Grayson, é um personagem mais espalhafatoso e capaz de lidar com vários inimigos ao mesmo tempo, além de trazer buffs passivos por sua habilidade natural de líder e “irmão mais velho” do grupo.

Já esta versão de Jason Todd, o Capuz Vermelho, procura redenção pelos crimes que cometeu após ser trazido de volta à vida e utilizar métodos letais para eliminar seus inimigos, batendo de frente com o próprio Batman e seus aliados.

“O que é ótimo é que nossa história é que ele começa a descobrir coisas sobre como ele foi revivido que o permitem desbloquear certos aspectos de sua progressão, novas habilidades que o permitem mudar o estilo de herói que ele é”, explica Redding.

Por fim, Tim Drake como Robin tem um foco tanto no aspecto de investigação quanto de stealth, contando com diversas habilidades e golpes que o permitem a derrubar inimigos mais sorrateiramente - virando uma espécie de “espectro vingativo” das ruas de Gotham, nas palavras do diretor.

De acordo com Redding, a decisão de escolher estes quatro membros em favor de outras figuras da Batfamília - como Damian Wayne, Cassandra Cain, Stephanie Brown, etc. - deve-se tanto à relação próxima que cada um teve com Batman como seu mentor, como as possibilidades de diferença de gameplay de cada um.

“Não queríamos que todos acabassem lentamente virando o mesmo tipo de substituto do Cavaleiro das Trevas”, explica. “Queríamos a sensação de que cada um continue a evoluir nestas direções diferentes.”

Gotham Knights e Arkham

Durante a entrevista, o diretor também reforçou que Gotham Knights não é uma sequência direta da série Batman: Arkham, sendo uma continuidade própria.

“Esta é uma das coisas legais de brincar com o balde do Universo DC - há espaço para todas estas interpretações diferentes”, declarou Redding. “Vemos isso com tudo desde a série Injustice, pelos jogos do Batman da Telltale até a série Arkham… É possível dar uma leve mexida no mesmo universo e muitos dos mesmos personagens, e bolar algo novo com isso.”

A continuidade diferente permitiu aos desenvolvedores a criar uma versão de Gotham City com sua própria narrativa de eventos, incluindo a morte prematura do Comissário Gordon vista no trailer, ou mesmo do Batman.

Redding, porém, não falou nada sobre a Corte das Corujas, que aparece ao fim do trailer e - ao que tudo indica - será a grande ameaça do jogo.

Gotham Knights sai em 2021 para PCPS4PS5Xbox One e Xbox Series X/S.

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