17 de fev. de 2021

PRODUCTION I.G: VICE-PRESIDENTE FALA SOBRE GLOBALIZAÇÃO DO ANIME

Production I.G / Divulgação

Em entrevista ao Financial Times, o vice-presidente da Production I.G, George Wada, comentou as estratégias de globalização do anime, que está sendo adotada por empresas como a Sony para bater de frente contra as gigantes do streaming como a Netflix. Tal mudança já vinha sendo sinalizada com o encolhimento do mercado interno e a expansão no mercado internacional, que correspondeu por mais da metade da receita da indústria em 2019.

A indústria do anime teve uma década de crescimento impulsionada por essa expansão e fenômenos como Your Name e mais recentemente Demon Slayer: Mugen Train, que se tornou a maior bilheteria da história do Japão, aumenta ainda mais o interesse de plataformas de streaming globais em distribuir esse conteúdo. Por isso empresas japonesas, como a já citada Sony, que comprou a Crunchyroll por US$ 1,2 bilhão, e a Toho, que está aumentando seu investimento em produção, estão de olho nesse mercado.

Até estúdios como a Production I.G, responsável por sucessos como Attack on Titan Ghost in the Shell estão tendo que lidar com o novo cenário. Wada descreve o seguinte:

“Nós fomos acelerados a acelerar esforços nas três frontes de digitalização, expansão global e serviços de streaming. Se tornou agora ou nunca”, e completa: “Estamos na beirada entre a animação japonesa se tornar grande ou permanecer pequena.”

Em contraponto à toda empolgação gerada pelo sucesso avassalador de Demon Slayer, há uma preocupação pelo fato de estúdios menores estarem ficando muito para trás nessas mudanças. Porém as empresas maiores, como a Toei, estão com as receitas no exterior prestes a ultrapassar o mercado interno e alimentam suas ambições como a expansão na China e outros países asiáticos:

“É difícil operar um negócio apenas no Japão”, declara o executivo.

Wada conclui afirmando que “Ao invés de um processo de duas etapas em que entregamos sucessos do Japão ao resto do mundo, nós devemos focar em um conteúdo que irá repercutir não somente no Japão, mas internacionalmente também.”

Essa última fala provocou controvérsia entre alguns fãs que temem uma ocidentalização que descaracterize os animes e outros que apoiam que certos pontos polêmicos sejam revistos.

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